Após A Ii Guerra Mundial, Os Anseios Democráticos E O Progressivo Aumento Da Participação Do Povo Na Cena Na Política Brasileira Conviveram Com As Limitações Impostas Pelo Ambiente Político-ideológico Da Guerra Fria, Estabelecendo Um Novo Espaço De Experiência Vivida Que Trouxe Consigo Um Processo De Transformação Das Linguagens Políticas E De Ressignificação De Determinados Conceitos. Povo, Democracia E Legalidade No Brasil Propõe Uma Reflexão Sobre Esse Processo A Partir Da Análise Das Variadas Interpretações Dadas Aos Conceitos De Povo, Democracia E Legalidade, De Suas “famílias” Conceituais E Dos Diversos “idiomas” Presentes Nos Debates Políticos Expostos Em Distintos Jornais Do Rio De Janeiro Em Determinados Momentos Da História Da Primeira Experiência Democrática De Massas Do Brasil (1945-1964). Em Meio Ao Processo De Proscrição Do Partido Comunista Do Brasil Entre 1947 E 1948, Às Eleições Presidenciais De 1955 E Às Tensões Políticas Em Torno Da Posse De Juscelino Kubitschek E Da Intervenção Político-militar De 11 De Novembro Do Mesmo Ano, Às Eleições Presidenciais De 1960 E À Crise Da Renúncia Do Presidente Jânio Quadros E Posterior Solução Parlamentarista Em 1961, E Às Discussões Em Torno Do Golpe De Abril De 1964, Que Pôs Fim À Experiência Democrática Brasileira – Os Debates Em Torno Desses Conceitos Afloraram Com Maior Intensidade, Evidenciando Disputas E Definindo Sentidos E Usos. Naqueles Momentos, Estar “ao Lado” Da Legalidade Democrática E Do Povo Se Constituiu Em Um Elemento Fundamental Do Discurso De Grupos Políticos Diversos E Com Propostas E Soluções Por Vezes Opostas. Dessa Forma, A “conquista” Desses Conceitos, Somada Às Conspirações, Ameaças E Repressões, Contribuiu Para Se Reduzir Resistências Em Diversos Setores Da Sociedade E Se Mostrou De Grande Relevância Para O Desenrolar Dos Acontecimentos Políticos.