“tudo Deve Mudar Para Que Tudo Fique Como Está”. A Célebre Frase Do Romance Il Gattopardo, De Giuseppe Tomasi Di Lampedusa, Sintetiza O Problema De Fundo Da Reflexão Deste Livro: A Coexistência Histórica Da Mudança E Da Conservação Social, Ou, Em Outros Termos, A “persistência Do Passado”, A Revolução Sem Revolução. O Interesse Principal Consiste Em Explicar Como Duas Diferentes (ou Mesmo Opostas) Correntes Da “ciência Política” – O Marxismo De Antonio Gramsci E O Elitismo De Vilfredo Pareto – Explicam Essa “persistência Do Passado” Na Realidade Nacional Italiana, Isto É, Como Ambos Explicam As Mudanças Conservadoras Na Itália Da Passagem Do Século Xix Para O Xx. O Objetivo Central, Contudo, Não São As Especificidades Históricas Italianas, Mas As Capacidades Explicativas – No Presente – Dos Conceitos Formulados A Partir Daquela Realidade Nacional. Num Momento Em Que Diferentes Fascismos Nacionais Insinuam Retomar O Fôlego Histórico, Trazer De Volta Gramsci E Pareto Para O Debate Das Ciências Sociais É Muito Mais Do Que Um Simples Exercício Acadêmico. Apesar De Voltar-se Para O Início Do Século Xx, Este Livro Nos Força A Refletir Sobre A Grande Encruzilhada Histórica Do Século Xxi. Por Isso, Ele Deve Ser Lido, Debatido E Estudado.” Ruy Braga Departamento De Sociologia Da Universidade De São Paulo (usp)