Contatando “brancos” E Demarcando Terras Apresenta Um Repertório De Narrativas Obtidas Em Entrevistas Com Velhos Indígenas Das Terras Parabubure E São Marcos Sobre Os Primeiros Contatos Estabelecidos Pelos Xavante Com Os “brancos”, Entre As Décadas De 1940 E 1950, E Sobre Os Processos Históricos Que Culminaram Nas Demarcações Dessas Terras Pelo Estado Brasileiro, Na Década De 1970.
por Meio Da História Oral, Foram Produzidas As Entrevistas E Obtidas As Narrativas Que Formam O Corpus Do Trabalho, Cujas Condições De Produção São, Ao Longo Desta Obra, Rigorosamente Descritas.
partindo De Uma Problematização Da Colonialidade Do Saber Presente Na Historiografia Brasileira, A Autora Demonstra A Importância Das Histórias E Das Memórias Dos Povos Indígenas E Promove O Questionamento Da Tutela Jurídica E Das Práticas De Disciplinarização Aplicadas Por Agentes Do Estado Brasileiro E Pelos Missionários Às Comunidades Nativas.
à Luz De Estudos Históricos, Etnográficos E Antropológicos, São Discutidas As Representações Dos Xavante Sobre Os “brancos”, Sobre Suas Mercadorias E Doenças E Sobre Os Conflitos Interétnicos E Intracomunitários Experimentados Pelos Indígenas No Período Que Precedeu E Que Sucedeu Seus Primeiros Contatos.
também São Abordadas As Principais Migrações Vivenciadas Pelos Xavante Em Sua História: A Que Os Levou, No Século Xix, A Abandonarem As Terras De Goiás E Se Estabelecerem No Leste Do Mato Grosso, E Aquela Que Os Fez Deixar A Região De Parabubure Em Direção À Missão Salesiana De Meruri, Na Década De 1950.
as Narrativas Sobre As Lutas Empreendidas Pelos Xavante, Na Década De 1970, Em Torno Da Demarcação De Suas Terras, São Também Analisadas E Compreendidas Como O Resultado De Transformações Históricas Vividas Pelas Comunidades Indígenas No Decorrer De Décadas De Contato Interétnico, Marcado Por Conflitos E Negociações Com Os “brancos”.
em Diálogo Com Estudos Pós-coloniais E Decoloniais, O Que Se Pretende, Com Esta Obra, É Contribuir Para A Construção De Uma “história Dissidente”, Divergente Dos Modelos Hegemônicos E Eurocêntricos Que, Por Muito Tempo, Predominaram Na Historiografia Produzida Sobre Os Povos Indígenas, Corroborando Com O Seu Silenciamento.