Em cinzas Do Norte, O Amazonense Milton Hatoum Aprofunda O Projeto Narrativo De Seus Livros Anteriores - relato De Um Certo Oriente e dois Irmãos -, Ampliando O Foco Além Do Mundo Familiar Para Escrever A ""história Moral"" De Sua Geração.
cinzas Do Norte, Terceiro Romance De Milton Hatoum, É O Relato De Uma Longa Revolta E Do Esforço De Compreendê-la. Na Manaus Dos Anos 1950 E 1960, Dois Meninos Travam Uma Amizade Que Atravessará Toda A Vida. De Um Lado, Olavo, De Apelido Lavo, O Narrador, Menino Órfão, Criado Por Dois Tios Mal-e-mal Remediados, Que Cresce À Sombra Da Família Mattoso, De Outro, Raimundo Mattoso, Ou Mundo, Filho De Alícia, Mãe Jovem E Mercurial, E Do Aristocrático Trajano.
no Centro Das Ambições De Trajano Está A Vila Amazônia, Palacete Junto A Parintins, Sede De Uma Plantação De Juta E Pesadelo Máximo De Mundo. A Fim De Realizar Suas Inclinações Artísticas, Ou Quem Sabe Para Investigar Suas Angústias Mais Profundas, O Jovem Engalfinha-se Numa Luta Contra O Pai, A Província, A Moral Dominante E, Para Culminar, Os Militares Que Tomam O Poder Em 1964 E Dão Início À Vertiginosa Destruição De Manaus. Nessa Luta Que Se Transforma Em Fuga Rebelde, O Rapaz Amplia O Universo Romanesco, Que Alcança A Berlim E A Londres Irrequietas Da Década De 1970, De Onde Manda Sinais De Vida Para O Amigo Lavo, Agora Advogado, Mas Ainda Preso À Cidade Natal.
outros Fios Completam O Tecido Ficcional De Cinzas Do Norte: Uma Carta Que O Tio Ranulfo Envia A Mundo, Uma Outra Que Este Deixa Como Legado Para O Amigo De Infância. São Versões E Revelações Que Se Cruzam Ou Desencontram, Sem Jamais Chegar A Esgotar O Enigma De Uma Vida Singular Ou A Diminuir A Dor Da Derrota Final, Às Mãos Da Doença, Da Solidão E Da Violência. Neste Livro, Hatoum Escreve Uma ""história Moral"" De Sua Geração.